Dados do Observatório Judicial de Violência contra a Mulher do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ampliaram o foco sobre o aumento no número de novos processos por estupro de vulnerável. Foram 180 em 2021 na capital fluminense, quase o dobro do ano anterior. E esses são apenas os casos que viram processo.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, foram notificados ao longo de 2021 mais de 1.700 casos de violência doméstica, sendo 485 casos contra crianças de 0 a 9 anos de idade, e 558 contra adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos.
Este ano, só até 23 de fevereiro, o balanço oficial era de 154 notificações, 43 envolvendo crianças e 39 contra adolescentes.
Com base nesses números, uma equipe multidisciplinar de áreas como educação, psicologia, direito, medicina e direitos humanos e das crianças se uniu para criar uma cartilha voltada para a defesa dos pequenos e esclarecimento dos pais e responsáveis.
Uma das coordenadoras do Projeto “Eu me Protejo, a psicóloga Neusa Maria, falou, em entrevista à Rádio Nacional, sobre a importância da iniciativa para que a violência infantil não seja recorrente.
De acordo com a especialista, a cartilha ajuda a identificar a violência como violência e não “carinho”, uma vez que a maioria dos casos acontece justamente onde a vítima deveria estar protegida.
A psicóloga Neusa Maria lamentou a ausência de políticas que defendam as crianças de forma mais efetiva no Brasil.
Elaborada com linguagem simples, a cartilha é gratuita e pode ser baixada no site www.eumeprotejo.com
E, para denunciar ou pedir ajuda em casos de violência contra crianças e adolescente, basta acionar o serviço DISQUE 100.
De acordo com dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, só no ano passado o Disque 100 registrou mais de 6 mil denúncias.