O Me Too Brasil manifesta mais uma vez o repúdio ao assédio sexual, em todas as suas escalas, contra as mulheres brasileiras. Em apoio às vítimas que denunciaram o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, o movimento irá dispor de todo acolhimento necessário para apoiá-las e cobrará do governo justiça pela violência sofrida por essas mulheres.


Além da demissão imediata do gestor público, o Me Too Brasil espera do Governo Federal um posicionamento sólido a respeito das investigações sobre o caso, além de proteção e reparação às vítimas. Não podemos mais admitir no Brasil casos de intimidação e perseguição como o sofrido pelas servidoras, que por fim conseguiram romper o silêncio. Apoiamos essas pessoas e nos colocamos como suporte também para aquelas que ainda não se manifestaram, a fim de que o acusado responda pelos crimes cometidos.


Apesar de a violência sexual acontecer predominantemente contra crianças e adolescentes no ambiente doméstico, esse tipo de agressão também é comum no ambiente de trabalho e deve ser combatida por meio de ações preventivas das organizações. Piadas sexistas, falas discriminatórias, comentários inadequados de conteúdo sexual ou sobre a orientação sexual, convites inapropriados, coerção sexual, além de importunação e assédio sexual, integram o leque de violências cometidas por abusadores.


O assédio sexual, previsto como crime no Código Penal, no trabalho, caminha junto com o assédio moral, em especial contra subordinados que recusam as investidas. São predadores sexuais que utilizam sua condição superior hierárquica como instrumento de
intimidação e perseguição.


Os Governo Federal e Estaduais devem estar atentos quanto às políticas de preservação e compliance de incidentes de segurança de trabalho relacionados a assédio sexual e outros abusos de caráter discriminatório. Sabemos que a hierarquia, o enrijecimento das estruturas de governança, o atrelamento ao cenário e a atmosfera política do setor público dificulta a aplicação desses protocolos que hoje já são padrão no mercado privado. No entanto, é urgente que os órgãos, autarquias e empresas públicas alcancem esse debate de responsabilidade, buscando ativamente a prevenção e a resposta adequada para esses fatos.