A pesquisa Percepções da população brasileira sobre feminicídio, realizada pelo Instituto Patrícia Galvão e Instituto Locomotiva, com apoio do Fundo Canadá, revela que  57% dos brasileiros conhecem alguma mulher que foi vítima de ameaça de morte pelo atual parceiro ou ex; 37% conhecem uma mulher que sofreu tentativa ou foi vítima de feminicídio íntimo.

Participaram do estudo online 1.503 pessoas (1.001 mulheres e 502 homens), com 18 anos de idade ou mais, entre 22 de setembro e 6 de outubro de 2021. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais.

Para nove em cada dez entrevistados, o local de maior risco de assassinato de mulheres é dentro de casa, por um parceiro ou ex. Segundo o estudo, 93% dos entrevistados concordam que a ameaça de morte é uma forma de violência psicológica tão ou mais grave que a violência física; 97% concordam que mulheres que permanecem em relações violentas estão correndo risco de serem mortas e, para 87%, terminar a relação é a melhor forma de acabar com o ciclo da violência doméstica e evitar o feminicídio.

Ao mesmo tempo, o momento percebido como de maior risco de assassinato da mulher que sofre violência doméstica pelo parceiro é justamente o do rompimento da relação para 49%, embora para 28% seja a qualquer momento.

Segundo a pesquisa, 30% das mulheres já sofreram ameaça de morte por ao menos um parceiro ou ex-parceiro; 7% foram ameaçadas por mais de um parceiro, sendo  que  57% das mulheres que foram ameaçadas terminaram o relacionamento; 12% não tomaram nenhuma atitude ou não levaram a sério.

O levantamento mostra, também, que uma em cada seis brasileiras já foi vítima de tentativa de feminicídio íntimo; 16% das mulheres declaram já terem sofrido tentativa de assassinato por ao menos um parceiro; entre as mulheres negras são 18%. Chama atenção que, entre as mulheres que já sofreram ameaça de morte pelo atual ou ex-parceiro, mais da metade (53%) disseram também terem sido vítimas de tentativa de feminicídio.

Para a maioria, diferentes grupos de mulheres são igualmente vulneráveis

Embora as mulheres heterossexuais, as moradoras da cidade e das periferias e as mulheres pobres e negras sejam percebidas como mais vulneráveis, a maioria considera que todos os grupos de mulheres correm o mesmo risco de feminicídio.

Fonte: Agência Patricia Galvão; foto:  Paulo Pinto/Agência PT

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