O Me Too Brasil expressa total solidariedade e apoio às jogadoras brasileiras Thays Ferrer e Laura Spenazzatto, que recentemente denunciaram casos de assédio sexual e moral no Diosa Izumo FC, equipe da 2ª divisão da Liga de Futebol Feminino Nadeshiko, no Japão. Essas atletas, que representam o futebol brasileiro no exterior, denunciaram insultos de cunho sexual, ameaças e uma grave falta de suporte adequado por parte do clube, incluindo a ausência de um intérprete, essencial para a comunicação e o bom desempenho de suas funções.

Este episódio reflete uma problemática maior e recorrente na cultura do futebol, marcada por práticas de violência de gênero que afetam jogadoras em diversas ligas e países. No futebol brasileiro, a realidade não é diferente: atletas brasileiras já denunciaram assédio em seus clubes, mas poucas encontraram uma resposta eficaz das autoridades responsáveis. As instituições esportivas precisam agir com firmeza e transparência para proteger as mulheres em todas as modalidades e níveis de competição.

Para além do campo, o futebol é uma expressão cultural de grande impacto e alcance, especialmente no Brasil. Por isso, ele deve ser um espaço onde meninas e mulheres se sintam seguras e respeitadas, livres de qualquer forma de violência. O silêncio ou a omissão diante de casos como o das jogadoras do Diosa Izumo FC perpetua uma cultura que normaliza o abuso e desrespeito às mulheres.

O Me Too Brasil reitera seu apelo à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), aos dirigentes do futebol, aos patrocinadores e à sociedade como um todo para que se posicionem contra essa realidade. Em parceria com a Plan International Brasil, meio da campanha Cartão Vermelho, busca conscientizar a sociedade sobre a necessidade de um comprometimento de todos contra a violência de gênero no esporte, para que as mulheres, que são 44% da base de fãs de futebol no Brasil, segundo pesquisa da Kantar Ibope. É preciso contar com políticas que promovam segurança, respeito e igualdade para as mulheres no esporte.