O jogador Robinho teve seu recurso rejeitado pela Corte de Cassação de Roma - última instância da Justiça italiana -, que manteve a pena de nove anos, juntamente com Ricardo Falco, por estupro coletivo,  em 2013.  O ato, contra uma jovem de 22 anos, ocorreu em uma boate em Milão, na Itália. 

A Constituição proíbe a extradição de brasileiros, mas a Justiça italiana pode pedir o cumprimento da pena em uma prisão no Brasil.

Segundo matéria publicada pelo jornal Estadão, a possibilidade de o atleta cumprir pena em território brasileiro é dificultada pelo Código Penal do país. "A sentença estrangeira só é aplicada no Brasil em duas situações: a primeira é pela reparação de danos e a segunda, pela homologação para efeitos de tratados", afirmou à mídia a advogada criminalista Jacqueline do Prado Valles.

As investigações dão conta que Robinho e cinco amigos teriam estuprado uma jovem albanesa em um camarim da boate milanesa Sio Café, onde a mulher comemorava seu aniversário. Na época o jogador defendia o Milan.

Robinho foi condenado em primeira instância em dezembro de 2017. Segundo o Estadão, em matéria de outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representa Robinho na Itália, reforçou que seu cliente é inocente. O jogador disse que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher.

INVESTIGAÇÃO

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão.

Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são "auto acusatório". As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou o atleta sobre a investigação.

O site ge.com divulgou as transcrições de interceptações telefônicas utilizadas na sentença de condenação em primeira instância pela Justiça italiana.

A defesa do jogador afirma que Robinho não cometeu o crime do qual é acusado e alega que houve um "equívoco de interpretação" em relação a conversas interceptadas com autorização judicial, pois alguns diálogos não teriam sido traduzidos de forma correta para o idioma italiano, segundo matéria do Estadão.

Robinho teve a contratação suspensa pelo Santos em outubro de 2020. O atacante foi anunciado como reforço pelo clube da Vila Belmiro com vínculo por cinco meses. Porém, com a pressão de patrocinadores, o clube optou por suspender o contrato do jogador. Diversos parceiros do clube divulgaram posicionamentos em que condicionavam suas permanências à rescisão de contrato com o atacante.

À época, o Santos emitiu nota afirmando que "em comum acordo (com o jogador", resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália".

Revelado pelas categorias de base do clube, Robinho foi campeão brasileiro em 2002 e 2004. Voltou ao clube pela primeira vez em 2010 e foi campeão paulista e da Copa do Brasil. Em 2015, na sua terceira passagem, foi campeão paulista. Robinho tem 253 jogos e 111 gols com a camisa do time da Vila.

Fonte: Mídias e Agência de Notícias; Foto: Ivan Storti/Santos FC