Quando eu era mais nova, antes de fazer meus 14 anos, todas as minhas amigas já estavam com aquela coisa de paquerar e eu me sentia mal por não ter um namoradinho. Naquele mesmo ano, entrou um garoto, achei ele uma graça, mostrava ser super simpático e ajudava os pais dele no trabalho; aquele típico garoto responsável.
Começamos a conversar e ele já havia se envolvido com outras duas meninas da minha sala, mas estava tão cega pelo “romance” de jovem que ignorei todas as histórias que me contaram. Um dia contei para os meus pais e me senti até pronta para realmente namorar, estávamos conversando e de vez em quando rolava uns beijinhos, mas eu sempre medrosa não passava disso.
Um certo dia, nos afastamos de nossos amigos e fomos em um lugar mais reservado para ficar e conversar, mas ele passou dos limites e o meu terceiro não já não era mais escutado… ele ignorava todas as minhas palavras e mesmo que eu me afastasse, ele vinha atrás.
Já se passaram mais de cinco anos e ainda é possível sentir a mão dele dentro do meu short, foi só depois de seis meses que contei sobre o ocorrido para meus pais e fui procurar ajuda psicológica e mesmo que não me afete tanto quanto antes, ainda nas noites sem dormir, eu lembro da forma como ele agiu quando a escola toda soube. Ele ria, dizia que eu era doida por falar daquilo e dizer ao meu primo que o questionou “Se ela não estava gostando, por que não saiu?”... Mas ele não disse o quanto eu tentei.
Hoje estou com uma pessoa que me escutou, me escuta e nunca passa dos limites. Hoje estou com uma pessoa que me acolhe, até quando meus pais, na época que mais precisei, não me acolheram.
Foram meses e semanas horríveis, por que mesmo depois de tudo, convivi com meu abusador por mais dois anos na escola e ele continuou saindo com minhas amigas e com aquele sorriso quando passava por mim. Eu mudei, me tornei outra pessoa.
Mas hoje sigo forte e tomo as decisões que forem necessárias para ninguém mais se calar diante de uma situação como esta!