Não sou a mãe da criança, sou a avó. Meu neto João sempre que voltava da casa do pai reclamava de dor no bumbum, que o pai batia, que o repreendia de forma sempre dura. Eu e a mãe não querendo fazer mal juízo do pai, tentávamos sempre dizer que ele apenas tinha um jeito rude de lidar com a situação, mas que o pai o amava. Até que um dia após a ida à casa do pai, minha filha quando foi dar banho nele notou sua cuequinha suja de sangue e perguntou pra ele o que havia acontecido, ele só dizia que o papai havia batido, sem dar mais detalhes. Apenas no outro dia a noite foi que ele contou em detalhes pra mãe e o então namorado da minha filha que o papai dele havia introduzido o dedo em seu ânus e mostrou como ele fez, além de tê-lo colocado em um cômodo escuro e o chamado de filha da puta.
Imediatamente ela me comunicou em prantos e fomos à delegacia, lá chegando mandaram voltar no outro dia alegando que não havia um agente especialista para o caso. No outro dia quando voltamos disseram que já tínhamos que ter feito a ocorrência, e que a criança teria de ir ao IML para o corpo de delito. No IML nada foi constatado, e agora estamos aguardando a entrevista com a psicóloga. O que nos traz imensa preocupação, pois o pai já veio buscá-lo e eu não permiti sequer que o visse ou falasse com ele ou minha filha. E fiz porque os trâmites para reconhecimento de paternidade ainda está rolando no tribunal, então ainda não há nada estipulado a respeito de visitas ou compartilhamento de guarda, mas e quando já estiver tudo certo?
Tenho visto mães que perderam a guarda de seus filhos para os pais abusadores, eu não sei se aqui em casa nós aguentaríamos essa situação. Sei que talvez ainda não nós encaixamos na situação da perda do filho por alienação parental, mas o receio de isso acontecer me fez adiantar a situação.