Olá. Meu “nome” é Luna. Vou usar este nome porque gosto da lua. 

Essa história é um desabafo, acredito como de muitxs aqui. 

Tudo começou com um oi tímido entre colegas de trabalho, que se tornou uma amizade corriqueira e até meio comum. Ele não era o meu tipo mas era agradável conversar com ele — cujo “nome” aqui na história vai ser Caio. Caio e eu trabalhávamos de home office, então nosso papo era totalmente online mesmo no trabalho. 

O Caio era bom de papo, tinha umas ideias que não se pareciam com as minhas e isso me divertia. Quando eu fui demitida do serviço, ele ficou desacreditado. Até então nossa amizade não era tão forte, mas depois disso tomamos coragem para fortalecer essa amizade e passamos a conversar todos os dias. 

Até que um belo dia ele me convidou para irmos ao cinema. Ele morava em cidade vizinha, então não foi difícil de eu ir, já que também tinha compromissos naquela cidade. 

Nos encontramos, comemos um lanche e depois pegamos um cineminha juntos. 

Depois desse dia, eu e Caio passamos a nos ver com frequência até que ele me pediu em namoro. Eu disse a ele que tinha uma viagem marcada para o próximo mês e foi quando ele surtou. 

Enquanto eu viajava, tentava manter o contato, mas ele insistia que a minha ausência física o maltratava. Dessa viagem em diante, tudo desandou. 

Como sou religiosa, logo de início eu já disse que queria “esperar” até o casamento e aparentemente ele concordou. Mas quando eu voltei de viagem, o Caio pelo qual me apaixonei não estava mais lá. 

Caio passou a me ignorar e no dia que nos revimos, ele mal me beijou mesmo após um mês de ausência. Durante a viagem me jogou na cara diversas vezes a falta de sexo no namoro e o quanto isso impactava ele. 

No dia dos namorados, passeamos por um parque na cidade e ele insistia em dizer que o melhor presente que eu poderia dar a ele eu não precisava gastar dinheiro algum com isso — se referindo, obviamente, aos meus seios, minha vagina. Em dado momento, estávamos abraçados quando ele pôs a mão por dentro da minha calça jeans e depois por dentro da minha calcinha. Eu insisti pra ele tirar, mas ele dizia “Luna eu te amo, deixa eu ficar mais um pouco aqui dentro”. 

E foi assim durante meses. Todos os encontros ele insistia em me tocar, mesmo eu não me sentindo confortável. Por vezes eu “deixava” e fingia gostar apenas para acabar com aquele inferno. 

Graças a Deus terminei o namoro, mas ficaram sequelas. Além dos abusos físicos, ele abusava psicologicamente de mim, sabendo do meu quadro bipolar depressivo-eufórico, me dizia coisas horríveis. 

Durante o período de namoro, eu perdi meu controle financeiro o qual estou lutando há três meses para equilibrar novamente. Não quero namorar ninguém, e toda vez que penso nisso acabo entrando em pânico, achando que vou sofrer os mesmos abusos de novo. 

Não tinha percebido o abuso (mesmo após o término) até que soube de um caso de pedofilia onde o criminoso “só usava as mãos, não tinha penetração”; foi nesse momento que percebi o que realmente aconteceu comigo. 

Hoje tento renascer das cinzas que um falso amor me tornou. 

Obrigada por deixarem esse espaço para compartilhar. 

Luna, assim como a lua, ainda voltará a brilhar.