A deputada estadual Isa Penna (PCdoB) entrou nesta segunda-feira, 25, com  representação no Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) pedindo a cassação do também deputado Delegado Olim (PP) por quebra de decoro parlamentar. O parlamentar afirmou que  Isa - vítima de importunação sexual na Casa pelo deputado Fernando Cury (sem partido) - teve “sorte” de ser assediada, em referência à projeção que teria conquistado após o caso.

Além da perda de mandato, a deputada também requer o afastamento preventivo do Delegado Olim do Conselho de Ética. A parlamentar protocolou  notícia-crime no Ministério Público de São Paulo em que pede instauração de procedimento de investigação criminal contra o deputado.

Segundo matéria de  O Estado de SP, na declaração contestada por Isa Penna, o deputado se referia a  episódio de dezembro de 2020, em que câmeras da Alesp flagraram Fernando Cury  colocando as mãos nos seios da deputada. Punido internamente na Alesp, Cury foi suspenso de suas atividades por 180 dias.

“Sorte dela porque ela vai se eleger por causa disso. Ela só fala nisso”, disse Olim, em entrevista ao podcast Inteligência LTDA no último dia 20. Um dia após a declaração, o deputado ainda afirmou à TV Globo que Isa Penna tem o direito de se incomodar com sua fala e acrescentou que a indignação daria a ela “mais cinco minutos de fama”.

Na ocasião, Olim também publicou nota em que disse que se “expressou mal” e que “a intenção era dizer que a deputada Isa Penna ficou mais conhecida com o caso infeliz e repugnante do assédio do deputado Fernando Cury”.

Com base na declaração, a deputada também solicitou que o Conselho de Ética apure “eventual suspensão ou impedimento” de Olim no processo que culminou na punição de Fernando Cury. À época, o primeiro voto de Olim no colegiado foi por uma pena mais branda a Cury, de quatro meses de afastamento, que a definida posteriormente em plenário.

“Tal conduta é necessária para que haja a garantia da regularidade dos processos éticos-disciplinares com julgadores imparciais, o que parece, não foi o caso de julgamento pregresso e que concluiu com penalidade mais branda a Fernando Cury”, escreveu a defesa de Isa Penna.

“Delegado Olim é um deputado que, depois do assédio, já tentou me intimidar e falou de forma irônica sobre o caso com outros parlamentares. Só que, desta vez, ele fez isso em público”, alegou, em nota, a deputada.

Segundo matéria do portal, procurada, a assessoria de imprensa de Olim não retornou até a publicação da reportagem.

Fonte: Portal Estadão; foto: Reprodução