Tudo começou quando eu tinha entre 7 e 8 anos. Um amigo da família começou com elogios e presentes, até o dia que ele começou a mostrar suas partes íntimas. Eu morava com meu avô, que tinha uma dificuldade para andar e quando ele escutava meu avô se aproximando, vestia a roupa.
Eu não entendia e tinha muito medo, uma vez antes disso, brincando com meu primo deitamos na mesma cama (só deitamos) e minha mãe me deu um chute. Como eu iria contar o que estava acontecendo…
Infelizmente ele começou a comprar meu silêncio e de minha prima com brinquedos e dinheiro, até que alguém pegou alguma coisa dele com minha prima, e minha mãe disse que minha prima que tinha 6 anos era “assanhada e oferecida”, se referindo a menina com palavras de baixo calão.
Graças a Deus ele parou depois disso, mas isso me persegue por muitos anos, ele me usando. Quando eu tinha 16 anos eu apanhei da minha mãe e fui levada para o conselho tutelar, era a oportunidade que eu precisava para contar, mas minha mãe começou a gritar e contar da infância dele e quando chegou minha vez, eu apenas me calei.
Com 18 anos eu contei para outra prima e ela contou para minha mãe, que saiu na rua gritando que eu gostava por não ter contado antes, eu era uma criança.
Sai de casa e me afastei da minha mãe, ela não me deu apoio e nunca denunciei ele, acredito que já prescreveu, hoje eu tenho 30 anos com marcas e traumas. Mas construí uma família linda, minha filha tem liberdade de conversar comigo, não é obrigada a ficar perto de pessoas que ela não se sente bem, logo que me casei contei para o meu marido e ele desde então me apoia e trabalha diariamente para me ajudar a diminuir essas marcas. Mas cada vez que eu lembro ou que preciso visitar minha mãe, tenho crises fortíssimas de ansiedade e pânico.